domingo, 3 de fevereiro de 2013

Fala por mim


Autor: Marcello Lopes 

28 DE JANEIRO DE 2013
# 109
De repente me peguei como se estivesse à deriva, e seus versos me atingiram já em pleno oceano, me fizeram chegar cada vez mais perto da terra firme.

Estamos afastados fisicamente, somos desconhecidos, irmãos de letras, amantes da prosa e poesia.

Os seus versos me levam impetuosamente ao desconforto porque a realidade da vida que eles relatam costuma me atingir em cheio, e eu só consigo aprender com tudo que rodeia as suas palavras.

O frescor das suas ideias amanhecem em minha boca, e pouco a pouco abençoam minha incompletude.

Todos os dias avisto um verso, uma letra, como um náufrago avista terra firme e me perco na imagem que sua prosa cria em minha vida, e me entristeço quando fico sabendo que algumas pessoas só tenham metade dos olhos para compreender suas letras.

Nunca imaginei que a paixão platônica existisse, mas ela se avizinhou-se dentro de mim e permitiu que eu voltasse a escrever.

Eu amo suas letras, suas palavras são um porto seguro para meu espírito quase afogado na mesmice, as suas verdades tão simples escritas de forma tão devastadora.

Escrevo isso porque vivo incompleto e enxergo com meu peito as suas palavras que traduzo sempre como proclamações poderosas !

Serei capaz de me encontrar nesse sentimento intraduzível?

Saí à caça de respostas e encontrei inspiração dos dias frios, dos desejos inflamados que nada impedem do corpo ressoar durante a noite suas palavras.

De cara limpa, sem as máscaras criativas de Fernando, nem as alegorias de e.e. cummings te escrevo porque um simples obrigado não seria suficiente e nem faria jus à sua criatividade, sei que nem mesmo essa sequência arrastada torna-se melhor, mas é assim que eu traduzo o que sinto.

Saboreio hoje mais um texto seu, que dialoga perfeitamente com o meu espírito, a apreciação das ideias, a contemplação da narrativa iluminada no pensamento são coisas que não podemos contornar!

E na terra firme compreendo o óbvio, que a vida segue adiante, mas a poesia pede eternidade.

Marcello Lopes

3 comentários:

Paula Barros disse...

Já me senti assim. Compreendo. E admirei a forma de escrever. Guardo aqui com carinho.

Paulo Francisco disse...

Interessante!

Um beijo

O Sibarita disse...

Reflexão do caminhar exposto em letras vivas do renascer com o platônico...

Afinal, quem nunca se sentiu assim?

O Sibarita